Em entrevista à revista Exame, o consultor britânico Scott Chambers, referência mundial em segurança psicológica, fez um alerta importante: “O Brasil não está preparado para a NR-1”.

A afirmação reflete uma realidade já percebida por profissionais da área de Saúde e Segurança do Trabalho (SST): grande parte das empresas brasileiras ainda não está pronta para lidar com os fatores de risco psicossociais, que passam a ser obrigatoriamente incluídos no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) a partir de maio de 2026.

Segundo Chambers, há no país uma confusão frequente entre “bem-estar” e “segurança psicológica”. Enquanto o bem-estar costuma se restringir a ações pontuais — como palestras, eventos ou programas de ginástica laboral —, a segurança psicológica demanda processos estruturados, diagnóstico técnico, liderança capacitada e uma cultura organizacional baseada na confiança.

Os números confirmam o desafio: apenas 5% das empresas brasileiras afirmam estar preparadas para cumprir a nova norma. A maioria ainda não compreendeu a profundidade da mudança.

A nova NR-1 estabelece que as organizações devem:

  • Identificar perigos e avaliar riscos psicossociais;

  • Integrar esses riscos ao PGR e ao GRO;

  • Implementar medidas preventivas e corretivas;

  • Capacitar líderes e equipes;

  • Manter registros e evidências técnicas.

Enquanto países como o Reino Unido e o Canadá avançam com políticas consolidadas de segurança psicológica, o Brasil ainda precisa superar lacunas técnicas e culturais. Por outro lado, esse cenário representa uma oportunidade significativa para empresas que desejam se destacar pela conformidade, responsabilidade social e cuidado genuíno com seus colaboradores.


Comentário da Viola & Pimenta

Mais do que uma exigência normativa, a nova NR-1 evidencia um movimento importante: o reconhecimento da saúde mental como parte essencial da segurança e da integridade no trabalho.

Para as empresas, adaptar-se às novas diretrizes é um passo estratégico não apenas para evitar sanções, mas para fortalecer a cultura organizacional, reduzir riscos e valorizar o capital humano.

 

No contexto jurídico, essa mudança demanda uma atuação preventiva e integrada — algo que a Viola & Pimenta tem como pilar em sua consultoria. Entendemos que segurança psicológica e segurança jurídica caminham juntas quando o objetivo é construir relações de trabalho mais equilibradas, éticas e sustentáveis.